Algo bom às vezes fica melhor

Na edição #25, falamos do Legislatech, e como essa ferramenta se tornou uma excelente opção para você fazer monitoramento de documentos públicos no Brasil de forma fácil e barata.

Salve, moçada, tudo certo? Por aqui a vida anda ocupada, mas eu sei que não é diferente aí pra você. Entre minha casa ser alagada por conta de um cano quebrado, o Celtics tomar surras vergonhosas do Knicks, negociações de novos projetos pro Núcleo, fazendo um grande rolê para pegar meu passaporte e o anúncio de que passei em uma fellowship, ainda teve aniversário do meu pai, ajudar minha mãe com o pé quebrado e cuidar das cachorras (prioridade 1). E você, o que rolou na sua semana? 

Falando dessa fellowship, a partir de meados de agosto eu vou me afastar um pouco do dia a dia do Núcleo, mas quero continuar escrevendo esta newsletter. Talvez ela seja menos sobre apps e mais sobre tecnologia em geral, um lugar no qual publico comentários sobre aplicações, internet, IA e outras coisas que usamos todos os dias. Ainda estou pensando o que fazer. Se você tiver alguma ideia, conte pra mim.

Você pode não ter notado, mas nas mais de 20 edições da Appetrecho eu raramente falei das aplicações desenvolvidas aqui por nós do Núcleo. Essa não é uma news pra fazer jabá do nosso trabalho. 

No entanto, na edição #25, sinto que preciso falar da reformulação do nosso principal app, o Legislatech, e como essa ferramenta é uma excelente opção para você fazer monitoramento de documentos públicos no Brasil de forma fácil e barata.


Começando do começo

O Legislatech nasceu em 2022 como um projeto interno do Núcleo para monitorar políticas digitais no legislativo federal, influenciado pelo projeto Elas no Congresso, das nossas parceiras da Revista AzMina, mais especificamente da minha amiga Bárbara Libório.

Na época conhecido como Legislaredes, o app foi tão útil internamente que pensamos em expandir para outras áreas, operando por meio de parcerias. À medida que avançamos nesse plano, fomos percebendo que a ferramenta não deveria ser um serviço, mas sim um produto, para que qualquer um pudesse se cadastrar e usar na hora, sem burocracia, sem passar por representantes de vendas, só logar e começar a usar.

Foi daí que, em julho de 2023, lançamos o mínimo produto viável do Legislatech. À época, eu e minha equipe de tech — Felippe (CTO), Michel (lead dev), Henrique (infra dev) e Heloisa (designer) – começamos a desenvolver um app simples, meio desengonçado e ruim de usar, com a intenção de testar a ideia e, com sorte, avançar com o produto. 

Daí pra frente teve muito chão.

Tivemos a grande felicidade de receber um grant institucional da Luminate, o que nos deu um gás financeiro para continuarmos tocando o produto em 2024.

Contratamos um desenvolvedor front-end muito bom, o Rafael, que usou toda arquitetura de dados construída pelo Michel e a interface desenhada pela Helô para fazer um painel de dados fácil, simples e bonito – algo que, pelo menos até onde vai meu conhecimento, nenhuma outra solução de monitoramento do tipo oferece.

Com isso a aplicação tomou uma nova cara, mais profissional. Finalmente a ferramenta estava pronta para o estágio que chamamos de “produção” (ou mais pronta possível, claro).

Muitos dos nossos concorrentes cobram mais de R$2.000 por mês (já ouvi casos que passam de R$10 mil/mês) para fazer monitoramentos complexos que precisam ser acompanhados por analistas dedicados. São bons serviços, claro, mas funcionam mais como consultorias com valores inviáveis para pessoas físicas e pequenas organizações.

A gente foi na direção oposta: o Legislatech pode ser contratado por menos de R$10 por mês. Isso se deve, em boa parte, à fantástica infraestrutura implementada pelo Felippe e pelo Henrique em 2024, que nos permitiu reduzir significativamente nossos custos com servidores e oferecer preços mais baixos.

Descomplicando

Eu não vou explicar aqui toda a história das regras de negócios do Legislatech – a gente já mudou um monte de coisa nelas. Vou apenas falar como estão agora e como estavam imediatamente antes.

O nosso modelo antes era baseado numa combinação arcana de número de órgãos monitorados, total de termos que o usuário pode acrescentar e uso de integrações e disparo de relatórios. Era muita coisa pra a cabeça dos nossos usuários. Boa parte do nosso público-alvo são pessoas físicas e pequenas organizações, que frequentemente não têm o luxo de contratar analistas específicos ou de ficar decifrando benefícios.

Nossas pesquisas internas, realizadas pelo nosso colaborador de desenvolvimento de negócios, o Héctor, mostrou que uma das coisas que mais acrescentava valor para os usuários era o poder monitorar vários órgãos e fontes de dados ao mesmo tempo, assim como ter acesso retroativo à nossa base de dados.

Foi por isso que, no começo de maio, fizemos uma grande reformulação do nosso modelo de negócios, passando a disponibilizar todas as bases de dados que monitoramos para todos os usuários, acrescentando o máximo de utilidade para eles. Uma vez que muitas dessas pessoas passam a ver valor na aplicação, elas tem o potencial de pagar para monitorar cada vez mais palavra-chaves.

Não deu outra, em poucos dias o volume de usuários que se cadastraram no Legislatech saltou cerca de 10%. Agora, neste momento, o Legislatech tem cerca de 1.100 usuários, entre pagos e gratuitos, e cresce mais todos os dias – avançamos em uma semana o que levava meses.

Em breve vamos ter mais coisas legais para anunciar, novas bases de dados, novas aplicações dentro do Legislatech e, quem sabe, internacionalização das bases. Fique de olho.


Ferramentaria

(Já que eu abri as portas do jabá, seguem outras ferramentas do Núcleo)

  • Xarta — Esse é um mini CMS que desenvolvemos a partir da plataforma open source Ghost, e que ajuda publicações online a manterem seus conteúdos sempre atualizados. Funciona assim: você cria um conteúdo no Xarta, tipo o contexto de uma reportagem, e a ferramenta gera um embed pra você colocar na sua publicação. Toda vez que você alterar esse contexto, ele vai refletir a mudança em todos os lugares que aquele embed está, evitando que você precise atualizar muitos links diferentes.
  • Calculadora de Streaming — Desenvolvi esse app no começo do ano porque eu estava ficando maluco com a quantidade de serviços que eu estava pagando. Sinto que preciso atualizar os preços de novo, mas vale a pena você conferir.


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