Bora reduzir tempo de tela em 2025
Nesta edição #9 da Appetrecho, a primeira de 2025, vamos falar de dois apps que ajudam a controlar o uso de aplicativos no celular (um pra iPhone e um pra Android).
Salve, moçada. Sérgio Spagnuolo aqui no teclado, renovado depois de 15 dias off – tirar férias é um treco bom demais, recomendo. Ficar esse tempo fora, boa parte dele na natureza, também me fez pensar em resoluções para 2025 (eu sou desses sim, e emagrecer tá sempre no topo da lista, todo ano, óbvio e to confiante que esse vai ser O ANO).
Das minhas resoluções de 2024, eu cumpri algumas, tipo beber menos álcool, voltar pra academia regularmente e ver mais minha sobrinhada. Outras empurrei para este ano novo, como jogar mais basquete e fazer melhorias na minha casa.
Mas 2025 decidi colocar uma meta principal pra mim: voltar a ler mais.
Me dá vergonha de admitir, mas ano passado eu li apenas dois livros completos: A Máquina do Caos, de Max Fisher e Traffic, de Ben Smith. Eu sempre li livros, mas nos últimos tempos parece que eu abdiquei desse hábito para passar mais tempo online. É triste.
Ouvindo o Vergecast, em dezembro, ouvi uma ideia que eu gostei: a meta específica é ler ao menos 1 PÁGINA DE LIVRO POR DIA.Parece pouco, mas é uma meta fácil de cumprir, e toda vez que você pegar um livro pra ler, certamente vai render mais de uma página de leitura.
A meta serve como desculpa pra fazer a coisa, e eu adoro cumprir metas e fazer coisas.
Mas, para que isso dê certo, eu preciso reduzir meu tempo de tela, especialmente no celular. É por isso que nesta edição #9 da Appetrecho, a primeira de 2025, eu vou falar de dois apps que têm me ajudado a fazer isso (um pra iPhone e um pra Android).
De volta às raízes
Uma vez fui tomar um café com uma amiga (no delicioso Coffee Lab, em São Paulo) e reclamei que eu usava muito celular. Puxei o iPhone e mostrei pra ela uma média de uso diário de 3h45m. Ela, curiosa, pegou o dela e foi ver seu tempo de uso: 7h30m.
Eu achava (e ainda acho) quase 4h por dia de celular muita coisa, mas fiquei surpreso com a quantidade de tempo que ela passava mexendo na tela. Isso faz alguns anos, mas me lembro vividamente até hoje. Desde então, busco formas de controlar mais meu tempo de uso, e até reduzir.
Inicialmente, tomei duas medidas principais:
- Utilizei os próprios recursos do iPhone para limitar meu tempo em apps de redes sociais. Posso passar, no máximo, 1h por dia no Instagram, no LinkedIn ou no Bluesky (no total, não em cada um), por exemplo. O TikTok eu removi completamente do meu celular, assim como X e Facebook.
- Criei diferentes focos/perfis de uso, para cada período do dia. Por exemplo, depois das 22h até 8h só recebo notificações da minha família.
Essas medidas ajudaram a reduzir um pouco meu tempo de tela, mas na verdade ele continuou alto. Era muito fácil de burlar as limitações auto-impostas para redes sociais, e mesmo à noite eu me via respondendo emails de trabalho.
Além disso, eu tenho um celular Android de trabalho, e ele não tinha limite nenhum, então quando eu não queria burlar o iPhone, eu só pegava meu Motorola da firma. Ficou fácil trapacear, e meus limites foram mais lembretes do que polícia.
Foi quando eu descobri um aplicativo que mudou tudo pra mim: o Roots.
2. Quando mais fácil, melhor
O Roots é um app para iPhone (tem alternativa pra Android abaixo) que facilita a visualização de seu tempo de uso e aplica limites duros para sua utilização, a partir de parâmetros que você mesmo estabelece.
Isso foi um divisor de águas pra mim, e até agora meu uso de celular caiu mais de 50% desde que comecei a usá-lo, há 40 dias (de quase 4h para cerca de 2h/dia).
Por ser fácil de usar e configurar, usar o Roots parece quase um joguinho, com desafios, cheat days (se você cumprir desafios pode pegar dias de folga) e gráficos explicativos.
Você pode criar grupos e apps para bloquear (tipo redes sociais, produtividade, vídeo etc.) e aplicar limites e bloqueios que você quer para eles. Há 3 níveis de bloqueio: normal, intencional e modo monge, que não deixa você fazer nada. Eu to usando o intencional, que é bem difícil de burlar (várias camadas de fricção pra isso) mas mesmo assim não é tão rígido quando bloquear tudo à força.
Dá pra usar totalmente de graça, com algumas limitações, ou pagar por uma mensalidade pra ter alguns benefícios. Eu to usando o modo gratuito, e é suficiente pra mim por enquanto.
Vale notar que o maldito do meu sócio Alexandre Orrico me apresentou uma merda de jogo chamado Balatro, que infelizmente fez subir um pouco meu uso de tela nas últimas semanas de dezembro. Já abandonei o jogo, mas marca que ele deixou no meu tempo de uso é indelével. Obrigado, Orrico, seu víbora!
3. Tem app pra Android também
Pois bem. Meu telefone principal é um iPhone, mas eu tenho meu Android da firma, e próximo passo natural foi instalar um app semelhante nele, para que eu não traísse minha própria determinação.
Testei alguns apps que não gostei (como StayFree e Forest), e finalmente descobri o ScreenZen, que também está disponível no iPhone.
Embora não seja tão elegante quanto o Roots, ele é bem direto ao ponto e me ajudou a economizar, até agora, cerca de 10% de tempo de tela no celular da firma (em toda honestidade, eu uso esse celular menos de 30 minutos por dia, então qualquer resultado é pouco).
Ferramentaria
- Proton Drive — Como estou em processo de tentar usar cada vez menos coisa de Google e Microsoft (eu disse tentar, eu não consigo abandonar), passei a utilizar, para alguns casos bem específicos, o Proton Drive, que é tipo um Google Drive, mas da Proton (a mesma que faz aquele email criptografado). Achei bem bacana, funciona muito parecido com a suite do Google, e dá pra usar de graça.
- Splitwise — Se você é casado(a) ou sai bastante com amigos, é muito importante ter um app para divisão de contas. Sempre alguém gasta mais, ou passa as compras no próprio nome. Aqui em casa, por influência da minha esposa, usamos Splitwise há quatro anos e nossas contas são saudáveis e equilibradas. Tem pra iPhone e Android.