É bom demais ficar off das redes sociais

Você também deveria tentar

Salve, moçada, tudo bem? Por aqui tá beleza demais (exceto a saudade de casa). Hoje eu fui voluntário numa fazenda aqui em Stanford, passei três horas catando frutas e legumes, depois lavando e embalando pra venda. Não é divertido, pra ser sincero, mas tem algo gratificante em trabalhar na terra, ao ar livre. Vou tentar ir toda a quarta-feira (e deixa a news 100% pronta na terça, pra evitar atrasos como o de hoje).

Nesta newsletter #38, vou falar sobre o prazer de ficar de fora das redes sociais, que estão se tornando cada vez mais sugadoras de tempo e saúde. A seção Ferramentaria vai ser aberta apenas para assinantes 💎.

Em breve terei mais uma novidade para assinantes: desconto para um app show para salvar links em Mac e iPhone (juro que estou trabalhando para encontrar descontos para Windows/Android também).

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JOMO

Quando comecei minha fellowship em Stanford, uma das minhas grandes preocupações era: como posso aproveitar melhor o meu tempo, fazer tudo, conhecer todos e absorver o máximo que eu posso, sem ficar de fora de coisas importantes e impactantes?

Muitas pessoas chamam esse sentimento de FOMO (fear of missing out, ou medo de ficar de fora). Conhecendo meus leitores e leitoras, vocês devem conhecer esse termo.

Afinal, apesar de todas as benesses dessa bolsa (eu não to reclamando, tá?), pra mim é um grande sacrifício ficar longe da minha esposa e das minhas cachorras todo esse tempo – sem contar o resto da minha família, especialmente sobrinhas e sobrinho.

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Quero saber!

Logo na primeira semana de introdução, no entanto, fui apresentado ao conceito de JOMO (joy of missing out). Eu nunca nem tinha pensado nisso. Como jornalista, curioso e empreendedor, eu estou acostumado a querer fazer parte das coisas – quando não consigo, tendo a ficar tentando saber o que rolou, entender melhor e às vezes até arrependido de não ter feito nada.

Ter ouvido pela primeira vez sobre o prazer de ficar de fora de algo foi revelador pra mim. De repente, passou a fazer sentido eu não estar em tudo, de não almejar uma inalcançável onipresença que eu sentia que precisava.

O conceito de JOMO, portanto, nada mais é do que priorizar nosso próprio tempo.

Uma das primeiras coisas que eu fiz quando esse termo se fixou em minha cabeça foi literalmente apagar todas as redes sociais do meu computador, exceto apps de mensagem, que eu não considero social media apesar de características similares. Apaguei, inclusive, o YouTube, que eu sou particularmente viciado [Disclaimer: o Núcleo usa o Discord como ferramenta interna de comunicação, então esse eu mantive, mas eu não uso pra mais nada.]

De repente, passei a me ver com mais tempo para as coisas que eu queria fazer, como ler, trabalhar, ir pra academia 4-5 vezes na semana, andar de bike, ver filmes, escrever no meu blog pessoal e até voluntariar numa fazenda.

Não é que eu não fazia nada disso antes (exceto a coisa da fazenda, que foi a primeira vez), mas as redes sociais eram sempre uma opção rondando a minha vida o tempo todo, guardadas ali no meu bolso, esperando para que eu abrisse meu celular e visse só 10 minutinhos de Shorts ou Reels. Eu me pegava vendo redes sociais na fila do café, ou no caminho entre onde estaciono minha bike e onde fica meu escritório.

Eu queria ver redes sociais porque sabia que estavam sempre ali à minha disposição. Ver família, cachorros, amigos, trailers de filme, atrizes exuberantes (quem lê essa news desde o começo sabe que adoro a Rebecca Ferguson), o Jason Momoa (sou fã demais) sem camisa arremessando machados (vídeos 1, 2 e 3) ou clipes de Family Guy.

Tava tudo ali, pertinho, e isso era um peso na minha cabeça – porque eu sabia que eu era viciado. Sinceramente falando: se você vê suas redes sociais mais de 5 vezes por dia, você tem um vício.

Adicionando fricção

Eu tinha duas alternativas: ou apagava totalmente meus perfis em redes sociais, ou pelo menos tentava achar formas de reduzir meu uso delas. O jeito que eu encontrei foi remover Instagram, LinkedIn, BlueSky, YouTube e quaisquer outras plataformas similares pra valer – meu único acesso passou a ser no meu computador pessoal.

Eu não sabia se isso daria certo pra mim, pra ser sincero. Achei que fosse instalar novamente, ou que fosse ficar acessando via desktop o tempo todo.

Mas funcionou que foi uma beleza: a simples fricção de dificultar o acesso me fez passar a ver bem menos qualquer rede social. E olha que nem ficou tão mais difícil, visto que uso meu computador quase todo dia, por muitas horas.

Eu ainda vejo YouTube todo dia, especialmente os programas de comédia diários que eu gosto, mas em vez de acessar esse app várias vezes ao longo do dia, eu acesso apenas uma. O LinkedIn eu também acesso, talvez, uma vez por dia, algumas semanas menos (depende se estou divulgando algo). BlueSky menos ainda.

Um que achei que fosse sentir falta era o Instagram. A realidade foi na contramão: às vezes eu fico dias sem entrar no app do Sr. Zuck, até esqueço que existe (hoje acessei pois fui alertado pela minha esposa de que o cachorro de uma grande amiga faleceu essa semana, e eu queria ver o post dela).

Tirar as redes sociais do meu celular, sem exceção, foi um passo importante para uma liberação mental minha que eu achei que fosse ser mais difícil de consumar e manter, mas realmente foi libertadora.

Hoje em dia eu uso mais meu celular para ler notícias direto nos sites e apps das empresas, acessar emails e outras coisas de produtividade do que pra ver conteúdo aleatório. Achei que fosse perder um monte de coisas – conversas, contatos, notícias –, mas na verdade só ganhei.

Eu sei que muita gente utiliza esses apps para se comunicar com negócios, família, paqueras, arte, cultura, notícias etc. Mas, se não for alvo vital pra você, dou essa recomendação: pelo menos faça um teste de ficar sem apps de redes sociais no seu celular.

Quem sabe você vai conseguir sentir JOMO junto comigo.

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