Outro dia aconteceu comigo o que vira e mexe eu tenho que fazer: me convidaram para um evento ou uma entrevista e me pediram uma bio curta, algo que mostrasse em poucas palavras minha trajetória profissional. Daí fiz o que eu sempre faço: dei um Google no meu nome e tentei achar informações mais atualizadas sobre mim.
Depois de anos fazendo isso, achei que estava na hora de montar um site pessoal, um lugar com meu CV que não seja uma rede social ou um perfil dentro de outro site. Tive essa iniciativa por causa da minha querida colega Sofia Schurig, que recentemente fez um site pessoal bem legal pra ela mesma.
Eu conheço um tanto de fazer sites. Não ganho a vida com isso, tampouco sou um profissional da área, mas fiz muitos sites na minha vida (inclusive o do Núcleo e da Appetrecho) e tenho bons conhecimentos nessa área.
Se fosse pra seguir com um site pessoal, eu precisaria de apenas 3 coisas:
Queria algo cavernosamente simples, em apenas uma página (afinal, a ideia é ter apenas uma apresentação)
Precisaria que fosse fácil de publicar e editar, inclusive com acesso ao código
Teria que ser de baixíssimo custo (eu não iria usar recursos do Núcleo para isso)
Eu tinha algumas opções em mente. A primeira seria usar nosso CMS favorito aqui no Núcleo, o Ghost, que é um dos melhores softwares abertos para publicação na internet. É o que usamos no Núcleo, na Appetrecho e em basicamente todos os site aqui da firma. Só que usar Ghost pra uma página pessoal única me pareceu overkill, tipo matar um pernilongo com uma bazuca.
Pensei então em utilizar a hospedagem gratuita do Github Pages, como já fiz em muitas ocasiões. O GHPages usa o framework Jekyll, que eu acho brilhante e fácil de usar (pra quem sabe um pouco de programação), mas de novo considerei que era um pouco exagerado. Tem que criar um repositório, instalar localmente na sua máquina, entre outras burocraciazinhas.
No fim das contas, o que eu queria mesmo era um lugar pra jogar o HTML do meu site e ser feliz. Zero dor de cabeça, zero burocracia, zero manutenção.
Foi aí que eu conheci o lugar que eu queria: o Glitch.
2. Copiar e colar
Não se enganem: meu site pessoal foi quase inteiramente feito com CTRL+C e CTRL+V, do começo ao fim. As únicas coisas que eu customizei foram minha foto de perfil, as cores e a tipografia – minha querida Inconsolata, a fonte mais linda.
Embora eu saiba minha dose de programação, se tem uma coisa que os chatbots de IA sabem fazer bem é escrever código HTML. Decidi economizar horas da minha vida e pedir pro Claude fazer.
Esse foi o prompt inicial (fiz em inglês mesmo pra ter respostas melhores):
Com algumas poucas iterações subsequentes, em 10 minutos eu já tinha o site do jeito que eu queria – do jeito que está hoje.
Montado o HTML do meu site, comprei o domínio e me restou saber: onde hospedá-lo?
Como eu sou um usuário frequente de Codepen, pensei em hospedar o site lá, utilizando o recurso de Projetos dessa ferramenta. É bem similar ao Glitch, mas é preciso pagar US$8/mês para subir projetos.
Foi daí que eu decidi de vez usar o Glitch, que eu já conhecia de algumas pesquisas anteriores, mas nunca tinha realmente utilizado. Esse é um pequeno serviço de hospedagem, com uma abordagem até meio divertida. É incrivelmente fácil de utilizar, atualiza imediatamente e custa ZERO reais por mês.
Depois de criada a minha conta no Glitch, só precisei copiar e colar os códigos que o Claude me deu e publicar o site.
Se eu tivesse feito tudo de uma vez, o processo de criar o código do meu site e publicar levariam menos de 30 minutos. O que deu mais trabalho mesmo foi escrever e traduzir os textos.
É possível pagar uma pequena assinatura pro Glitch (US$8/mês) para ter seu código privado e alguns outros benefícios, mas para hospedar um site estático a versão gratuita é bem suficiente.
O único ponto negativo, pra mim, foi que a plataforma não oferece suporte direto para uso de um domínio próprio, você tem que usar um serviço de terceiros, mas tá tudo muito bem documentado, e foi bem fácil de fazer.
Sindre Sorhus - Se você utiliza produtos da Apple (do Mac ao iPhone ao Vision Pro), o site desse desenvolvedor tem um monte de pequenos apps muito legais (alguns pagos, outros gratuitos). Tem muito app mesmo, e muita coisa boa.
Vivaldi - Estou brincando um pouco com o navegador Vivaldi e, embora eu não vá trocar meu browser por ele, tenho que admitir que é um bom software. Tem pra Mac, Windows e Linux.
Salve, moçada, na paz? Por aqui tá ok, tirando que eu tomei um capote ontem passeando com minhas cachorras na chuva. Pisei na porra de um musgo que obliterou a aderência da sola do meu tênis, e lá foi um corpo estendido no chão. Caí em câmera lenta, mas tá tudo bem, só ralei o pé.
Vocês podem notar que eu não falei muito ainda de inteligência artificial nessa newsletter. Eu quero falar de coisas úteis pro dia a dia e, embora IA seja bem útil, existe uma saturação grande de conteúdo desse assunto por aí, especialmente conteúdo artificial ou forçado. Por isso evitei até agora.
Porém, nessa edição #12, vamos falar de DeepSeek, a ferramenta de inteligência artificial desenvolvida por uma empresa chinesa que está causando alvoroço nos EUA e no mercado de IA.
O formato vai ser mais no modelo de perguntas e respostas do que o narrativo que geralmente uso aqui.
1 - O que é DeepSeek?
DeepSeek é uma ferramenta de inteligência artificial, de uma empresa chinesa homônima, muito similar ao que faz o ChatGPT e outros apps semelhantes, como Claude, Perplexity, CoPilot entre outros.
A interface da DeepSeek, inclusive, é vergonhosamente similar à do ChatGPT.
2- Por que a DeepSeek está causando nos EUA?
Há muitas nuances nessa resposta, mas é possível dizer que a DeepSeek alega ter conseguido construir um grande modelo de linguagem (LLM) de alta performance, chamado R1, a um valor muito inferior a de seus concorrentes nos EUA.
Para muitos, isso representa um potencial de disrupção da dominância norte-americana nesse setor e pontua um considerável avanço tecnológico da China, apesar de limitações de importação de chips de processamento impostas pelo governo dos EUA, além de reduzir a barreira de entrada de novos entrantes nesse mercado.
Além de tudo, o R1 é de código aberto – ou seja, pode ser usado por qualquer um em sua totalidade, sem pagar nada para DeepSeek.
Pra você ver: há motivos concorrenciais, geopolíticos e comerciais envolvidos.
3 - Quão mais barato é o modelo DeepSeek R1?
Até agora, a estimativa é de que a criação de um grande modelo de linguagem de ponta (como o1, da OpenAI; Claude 3.5 Sonnet, da Anthropic; ou Llama 3, da Meta) custe dezenas de milhões de dólares, muitas vezes ultrapassando a marca de US$100 milhões.
A DeepSeek alega ter desenvolvido seu mais recente modelo de raciocínio, o R1, com um investimento de US$5,57 milhões.
4 - Como assim mais de US$100 milhões?
No desenvolvimento de modelos de IA são considerados coisas como custo de processamento, infraestrutura de nuvem (tipo memória e armazenamento), consumo de energia e salários de engenheiros, cientistas da computação e pesquisadores.
No entanto, há uma compreensão geral do setor de que um dos maiores custos é com GPUs, chips especiais de processamento amplamente utilizados no setor de IA por conta de sua eficiência. Um único chip top de linha H100 da Nvidia, por exemplo, pode custar até US$40.000 (R$235.000).
A Meta, por exemplo, planeja investir na ordem de US$60 bilhões para comprar centenas de milhares de H100s, construir um mega datacenter e treinar seus modelos de IA. Já a Microsoft planeja investir coisa de US$80 bilhões, enquanto a Star Gate, iniciativa liderada pela OpenAI, que gastar US$500 bilhões em quatro anos para construir esse tipo de infraestrutura.
Na segunda-feira (27.jan), por causa da DeepSeek, as ações da NVIDIA na Nasdaq perderam US$600 bilhões em valor de mercado, a maior queda nominal em um dia na história da bolsa de valores dos EUA.
5 - Como a DeepSeek conseguiu isso?
Se acreditamos no valor declarado pela DeepSeek (algumas pessoas questionam), a empresa conseguiu isso utilizando chips H800 da Nvidia, que, embora excelentes, são mais antigos e menos potentes. Seu preço nos EUA é na faixa de US$20.000, metade da H100, mas na China pode custar mais até US$70.000, por conta especialmente do bloqueio que o governo dos EUA aplica a exportações de chips para o país.
6 - Dá pra confiar no valor anunciado pela DeepSeek?
Não dá pra confiar em nenhum valor, nem nos de outras empresas. Cada um é responsável por anunciar o valor que quiser e não há muita informação pública para corroborar.
Em seu white paper explicando seu método, a DeepSeek considerou apenas horas de processamento de GPUs, não incluindo outros critérios de custo.
A própria empresa admite isso: “Observe que os custos mencionados incluem apenas o treinamento oficial do DeepSeek-V3, excluindo os custos associados a pesquisas anteriores e experimentos de ablação em arquiteturas, algoritmos ou dados”, diz o white paper.
7 - DeepSeek é melhor do que ChatGPT?
Depende.
Ainda é precisa ter testes melhores. O Mashable apontou que há estimativas de que o ChatGPT seja melhor em resultados conversacionais, criativos e relacionados a eventos do mundo real, ao passo que a DeepSeek aparenta ser melhor em coisas mais técnicas, como programação, lógica e matemática.
Vale notar que o modelo R1 da DeepSeek, seu mais moderno, ainda pode alucinar tal como qualquer outra IA.
Por outro lado, a DeepSeek por enquanto é completamente gratuito, ao passo que a OpenAI custa mais de R$100 por mês pela versão premium. Isso é o suficiente para ser considerado “melhor” por muitas pessoas.
8 - Percepções do Sérgio
A DeepSeek não é uma ferramenta excepcionalmente diferente de outras ferramentas de ponta no mercado de IA generativa. Mas é isso que a torna especial: ela conseguiu chegar no topo e competir com as empresas líderes do mercado em qualidade.
No Núcleo, já cancelamos nossa assinatura mensal de ChatGPT Plus para migrar para essa ferramenta (se for o caso voltamos depois). Eu, pessoalmente, continuo com minha assinatura do chatbot Claude, que ainda é o melhor para mim como aplicativo.
Uma coisa legal que a DeepSeek faz é mostrar o fluxo de “pensamento” da inteligência artificial, algo que eu nunca vi nenhuma outra ferramenta fazer. Isso significa que podemos ver como essa IA está funcionando em baixo do capô, o que é fascinante.
A disputa pela liderança desse mercado, tanto tecnologicamente quanto comercialmente, ainda vai muito longe, e não dá pra dizer que uma empresa chinesa vai ganhar. Mas que está assustando os americanos e seus investimentos bilionários, não tenho dúvida.
Uma das capacidades mais antigas de navegadores de internet, lá no começo dos anos 90, era a capacidade de “favoritar” sites, a fim de facilitar seu retorno a eles. É tão útil que é um dos grandes recursos ainda destacados em navegadores mais modernos. É fácil de usar, de entender e de acessar: a ideia sempre foi boa, e a execução sempre foi simples.
Mas favoritos sempre foram um bom recurso para sites utilitários, não de conteúdo. Eles servem para você ter acesso rápido ao site do seu banco, a ferramentas de produtividade, como email e mensagens, e até à homepage de um jornal. É um saco ficar salvando centenas ou milhares de artigos e notícias como favoritos – não serve pra isso.
Veio daí, então, a ideia de se criar aplicativos como Instapaper, de 2008, que permite a criação de um arquivo de links salvos para que possamos voltar para ler depois. Instapaper, diga-se, é um app legal. Assim como era o menos polido Omnivore, que eu passei um tempo usando, mas que fechou as portas no fim do ano passado.
Depois do Instapaper começaram a surgir vários apps de bookmark de artigos, desde os bons Readwise e Raindrop até Matter e PaperSpan, os quais eu nunca usei, mais por conta do excesso de oferta do que por preguiça.
Todos possuem generosas versões gratuitas, e todos têm planos de assinatura que oferecem benefícios como histórico ilimitado, busca avançada, melhorias cosméticas e, mais recentemente, inteligência artificial (claro).
Mas, por algum motivo, eu sempre retorno para o mesmo app: oPocket.
Eu comecei a usar o Pocket em agosto de 2015 (coloquei até o print abaixo para provar) – a ponto que, em 2016, eu recebi uma notificação de que eu estava no grupo dos 5% dos usuários no mundo que mais salvou links nesse app – esse print infelizmente eu não tenho, então vocês precisam confiar na minha memória.
Todos os apps que eu mencionei funcionam de forma similar — eles possuem recursos de tags, de busca, de folders/coleções, de comentários e, claro, de leitura offline (que funciona pra maioria dos links, exceto se um paywall for muito bom).
Menos é mais
Talvez a principal diferença do Pocket pra mim em relação aos outros apps é que ele é completo, mas, ao mesmo tempo, é um app descomplicado. Ele entrega muito bem a única coisa que eu preciso desse tipo de app: armazenar e facilitar a busca de um link para ler depois. A interface é muito simples de usar, e lembra mais um site de notícias do que um app de favoritos.
Outros apps tentam ver seus serviços com um monte de produtos de IA, busca avançada, recursos de redes sociais (tipo seguir autores e tal), integrações com outros apps, compartilhamento e muitas coisas mais. Quem me lê aqui sabe que eu adoro todos esses itens que eu citei, mas na real, pra esse tipo de app especificamente, eu prefiro a simplicidade de salvar e ler depois, seja online ou off.
Nem mesmo a versão paga do Pocket oferece muita coisa (e talvez por isso seja a mais barata de todas). Eu não tenho pudor nenhum de pagar por apps que eu gosto, mas em meus quase 10 anos usando Pocket, eu nunca senti a necessidade de pagar por ele, sempre usei o gratuito.
Uma coisa okzinha, mas que eu não uso muito, do Pocket é a aba de “Descobertas” dele, com sugestão de artigos (não entendi ainda se é via algoritmo ou se tem alguma pessoa fazendo curadoria). Sinceramente, muito conteúdo americano por lá. Já mordi algumas iscas, mas raramente me engajo.
O Pocket foi adquirido pela Mozilla Foundation em 2017, uma organização que acompanho e admiro, o que ganha uns pontos no meu caderninho. O produto mudou pouco desde então, mas eu acho que isso é uma coisa boa nesse caso.
Radiocast – Uma lista de streamings de mais de 7.000 emissoras de rádio de todo o mundo, com uma interface bem legal. Vi essa dica na ótima newsletter do Rodrigo Ghedin (Manual do Usuário) e adorei.
Escriba — Ferramenta muito legal desenvolvida pelos nossos amigos do Aos Fatos, o Escriba é um app que faz transcrição de áudios e vídeos em quase 100 idiomas, com um preço muito legal e boa precisão. A interface é ótima e simples. Já usei algumas vezes pra transcrever vídeos do YouTube e podcasts e recomendo.
Quem lê essa newsletter sabe que eu tenho uma obsessão com apps de produtividade. Pra mim, esses softwares são que me ajudam a passar menos tempo administrando coisas e mais tempo fazendo o que eu preciso. Eu gosto de coisas que me economizam tempo.
Pois bem, em dezembro do ano passado eu conheci o Raycast, um aplicativo diferente de tudo o que eu já usei, mas ao mesmo tempo coincidentemente familiar com outros apps do meu dia a dia.
O Raycast se define como uma “coleção de poderosas ferramentas de produtividade dentro de um lançador de aplicativos”, que é para funcionar como um “atalho para tudo” no seu computador. Eu acho essa descrição muito boa.
Eu utilizo muitos atalhos no meu computador (tanto de teclado quanto de menu), e sempre fui usuário recorrente de ferramentas para facilitar a busca de documentos e apps internos no meu computador, como Spotlight e, mais recentemente, Alfred, ambos para Mac. Em Windows, já ouvi falar bem do Wox, que é open source.
O Raycast vai bem além de todos esses.
Vou fazer uma analogia pedestre, mas fácil de explicar e entender. Pense que seu computador é uma cidade, e cada botão de atalho, cada tecla rápida que você configurar, cada item da barra de menu é uma loja. O Raycast seria, então, um grande shopping center com todas essas lojas juntas, em um só lugar.
Com ele consigo achar qualquer arquivo no meu computador e abrir qualquer app em questão de segundos, sem precisar colocar a mão no meu mouse. Sim, nesse ponto é igualzinho o Spotlight ou o Alfred.
A coisa começa a ficar melhor com o Raycast à medida que vamos entrando a fundo nas integrações com certas aplicações. Enquanto o Spotlight apenas me permite encontrar apps e arquivos, o Raycast me permite, por exemplo, fazer buscas na internet e criar notas instantaneamente sem precisar abrir meu navegador (o app abre pra mim, já com a busca.)
Tá certo, o Alfred faz isso também, mas o Raycast vai mais além. Por meio dele, eu consigo ver, adicionar, editar, apagar itens ao meu calendário ou lista de tarefas, fazer traduções, usar calculadora, usar conversores de valores e medidas e, por que não, também utilizar mais vários modelos diferentes de inteligência artificial (GPT-4o-mini, Claude 3.5 Haiku e vários Llamas), algo chamado Quick AI – tudo isso direto na minha barra de comando, sem precisar abrir nenhum app.
O tempo, esforço e preguiça que isso que tem economizado é tremendo. Eu, inclusive, aciono meu Pomodoro Timer diretamente do Raycast, sem necessidade de abrir e gerenciar outro app.
Tela de IA do Raycast
Muito disso é possível por conta de uma grande comunidade open source, que desenvolve aplicações de código aberto com diversas integrações gratuitas com outros apps, disponíveis para qualquer um. A própria equipe do Raycast tem algumas extensões próprias muito boas, inclusive.
1. Vacilo da Apple
Consigo seguramente dizer que o Raycast se tornou a minha ferramenta default do dia a dia. Eu, inclusive, substitui meu atalho de teclado para ⌘ + ESPAÇO, que antes ficava com o Alfred (e antes do Alfred, com o Spotlight).
Isso tudo deve-se a um grande vacilo da própria Apple. O Spotlight, desenvolvido pela empresa, é uma ferramenta OK, mas certamente bem aquém de seus concorrentes. Eu não me surpreenderia se a Apple eventualmente comprasse o Raycast e substituísse o Spotlight de uma vez por todas.
Esse app (e outros, como o próprio app nativo do ChatGPT), mostra que há uma tendência interessante por “power bars” (barras de busca e navegação) em computadores. Em setembro de 2024, a equipe do Raycast informou ter levantado US$30 milhões em novo financiamento para levar a ferramenta para Windows e iOS.
Eu tenho certeza de que Windows Search é uma ferramenta bem decente, provavelmente até melhor do que o Spotlight, mas duvido que faça as mesmas coisa que o Raycast.
Quem leu a primeira edição da Appetrecho, em outubro de 2024, me viu falar do poder da barra de busca e navegação. Naquela ocasião eu estava falando do navegador Arc, mas agora esse poder está todo nas mãos do meu Raycast.
Estou, inclusive, considerando (ainda não bati o martelo) deixar de usar o Arc e voltar para o Safari, visto que 1. o Arc não está sendo mais atualizado com novos recursos, já que a empresa está tomando uma outra direção e 2. eu tenho feito as mesmas coisas direto do Raycast, logo não tenho mais necessidade pra excelente barra do Arc. (Tenho aqui que pedir desculpas para meu amigo Guilherme, que trocou de navegador depois de ler minha news e fez questão que eu soubesse.)
2. Precisa de paciência
Se você captou meu entusiasmo e quer testar (ou aguardar pela versão do Windows em 2025), eu preciso adiantar que utilizar o Raycast não vem sem nenhuma fricção: o app pode ser complicado de usar no começo, e é necessário fazer várias configurações, buscar e instalar extensões e, principalmente, se acostumar com os comandos (eu demorei dias para saber que dava pra acrescentar favoritos na barra inicial, por exemplo).
Não é nenhum bicho de sete cabeças e o próprio Raycast, assim que você instala, tem bons tutoriais de onboarding para novos usuários. Mesmo assim, é preciso de um pouco de paciência e dedicação pra começar a usar a ferramenta como um profissional.
Pra mim, configurar e dominar o Raycast foi um investimento de tempo que eu fiz comigo mesmo para ter uma ferramenta adaptada a otimizar o uso que faço da minha máquina. Tem muita gente que tá bem do jeito que está e não quer perder tempo aprendendo algo novo no computador – portanto, leve isso em conta antes de prosseguir.
3. Versão gratuita vs paga
É importante salientar que o Raycast e a boa parte de suas principais funções pode ser utilizada gratuitamente, sem nenhum custo nem publicidade.
A empresa ganha dinheiro a partir de planos pagos que começam a partir de US$10 por mês, além de planos para empresas e equipes a partir de US$15 mensais por usuário.
Os planos pagos incluem sincronização na nuvem entre aparelhos, chatbot de inteligência artificial, tradutor, mudanças visuais e cosméticas e histórico ilimitado de coisas que você copiou no clipboard.
[DISCLAIMER: O Núcleo ainda não faz parte do programa de referências do Raycast, mas por ser uma ferramenta que eu gosto, estamos considerando fazer. Essa newsletter não possui nenhum link afiliado, ou seja, a gente não ganha nenhum centavo com nenhuma recomendação feita aqui.]
Ferramentaria
One sec – Após minha recomendação, na semana passada, do app de Android para controle de tempo de tela Screenzen, um leitor entrou em contato comigo para indicar o app one sec. Ainda não utilizei, mas parece ser bem bacana. Fica a dica.
Ground News — Esse é um app interessante que com uma curadoria dos principais veículos de jornalismo dos Estados Unidos, Canadá e Europa, classificando links e reportagens entre esquerda, centro e direita. É bem interessante, mas não sei se é necessariamente útil pra maioria das pessoas.
Salve, moçada. Sérgio Spagnuolo aqui no teclado, renovado depois de 15 dias off – tirar férias é um treco bom demais, recomendo. Ficar esse tempo fora, boa parte dele na natureza, também me fez pensar em resoluções para 2025 (eu sou desses sim, e emagrecer tá sempre no topo da lista, todo ano, óbvio e to confiante que esse vai ser O ANO).
Das minhas resoluções de 2024, eu cumpri algumas, tipo beber menos álcool, voltar pra academia regularmente e ver mais minha sobrinhada. Outras empurrei para este ano novo, como jogar mais basquete e fazer melhorias na minha casa.
Mas 2025 decidi colocar uma meta principal pra mim: voltar a ler mais.
Me dá vergonha de admitir, mas ano passado eu li apenas dois livros completos: A Máquina do Caos, de Max Fisher e Traffic, de Ben Smith. Eu sempre li livros, mas nos últimos tempos parece que eu abdiquei desse hábito para passar mais tempo online. É triste.
Ouvindo o Vergecast, em dezembro, ouvi uma ideia que eu gostei: a meta específica é ler ao menos 1 PÁGINA DE LIVRO POR DIA.Parece pouco, mas é uma meta fácil de cumprir, e toda vez que você pegar um livro pra ler, certamente vai render mais de uma página de leitura.
A meta serve como desculpa pra fazer a coisa, e eu adoro cumprir metas e fazer coisas.
Mas, para que isso dê certo, eu preciso reduzir meu tempo de tela, especialmente no celular. É por isso que nesta edição #9 da Appetrecho, a primeira de 2025, eu vou falar de dois apps que têm me ajudado a fazer isso (um pra iPhone e um pra Android).
De volta às raízes
Uma vez fui tomar um café com uma amiga (no delicioso Coffee Lab, em São Paulo) e reclamei que eu usava muito celular. Puxei o iPhone e mostrei pra ela uma média de uso diário de 3h45m. Ela, curiosa, pegou o dela e foi ver seu tempo de uso: 7h30m.
Eu achava (e ainda acho) quase 4h por dia de celular muita coisa, mas fiquei surpreso com a quantidade de tempo que ela passava mexendo na tela. Isso faz alguns anos, mas me lembro vividamente até hoje. Desde então, busco formas de controlar mais meu tempo de uso, e até reduzir.
Inicialmente, tomei duas medidas principais:
Utilizei os próprios recursos do iPhone para limitar meu tempo em apps de redes sociais. Posso passar, no máximo, 1h por dia no Instagram, no LinkedIn ou no Bluesky (no total, não em cada um), por exemplo. O TikTok eu removi completamente do meu celular, assim como X e Facebook.
Criei diferentes focos/perfis de uso, para cada período do dia. Por exemplo, depois das 22h até 8h só recebo notificações da minha família.
Essas medidas ajudaram a reduzir um pouco meu tempo de tela, mas na verdade ele continuou alto. Era muito fácil de burlar as limitações auto-impostas para redes sociais, e mesmo à noite eu me via respondendo emails de trabalho.
Além disso, eu tenho um celular Android de trabalho, e ele não tinha limite nenhum, então quando eu não queria burlar o iPhone, eu só pegava meu Motorola da firma. Ficou fácil trapacear, e meus limites foram mais lembretes do que polícia.
Foi quando eu descobri um aplicativo que mudou tudo pra mim: o Roots.
2. Quando mais fácil, melhor
O Roots é um app para iPhone (tem alternativa pra Android abaixo) que facilita a visualização de seu tempo de uso e aplica limites duros para sua utilização, a partir de parâmetros que você mesmo estabelece.
Isso foi um divisor de águas pra mim, e até agora meu uso de celular caiu mais de 50% desde que comecei a usá-lo, há 40 dias (de quase 4h para cerca de 2h/dia).
Por ser fácil de usar e configurar, usar o Roots parece quase um joguinho, com desafios, cheat days (se você cumprir desafios pode pegar dias de folga) e gráficos explicativos.
Você pode criar grupos e apps para bloquear (tipo redes sociais, produtividade, vídeo etc.) e aplicar limites e bloqueios que você quer para eles. Há 3 níveis de bloqueio: normal, intencional e modo monge, que não deixa você fazer nada. Eu to usando o intencional, que é bem difícil de burlar (várias camadas de fricção pra isso) mas mesmo assim não é tão rígido quando bloquear tudo à força.
Dá pra usar totalmente de graça, com algumas limitações, ou pagar por uma mensalidade pra ter alguns benefícios. Eu to usando o modo gratuito, e é suficiente pra mim por enquanto.
Vale notar que o maldito do meu sócio Alexandre Orrico me apresentou uma merda de jogo chamado Balatro, que infelizmente fez subir um pouco meu uso de tela nas últimas semanas de dezembro. Já abandonei o jogo, mas marca que ele deixou no meu tempo de uso é indelével. Obrigado, Orrico, seu víbora!
Se não fosse meu sócio me apresentar o Balatro, meu nível de uso estaria ainda menor
3. Tem app pra Android também
Pois bem. Meu telefone principal é um iPhone, mas eu tenho meu Android da firma, e próximo passo natural foi instalar um app semelhante nele, para que eu não traísse minha própria determinação.
Testei alguns apps que não gostei (como StayFree e Forest), e finalmente descobri o ScreenZen, que também está disponível no iPhone.
Embora não seja tão elegante quanto o Roots, ele é bem direto ao ponto e me ajudou a economizar, até agora, cerca de 10% de tempo de tela no celular da firma (em toda honestidade, eu uso esse celular menos de 30 minutos por dia, então qualquer resultado é pouco).
Ferramentaria
Proton Drive — Como estou em processo de tentar usar cada vez menos coisa de Google e Microsoft (eu disse tentar, eu não consigo abandonar), passei a utilizar, para alguns casos bem específicos, o Proton Drive, que é tipo um Google Drive, mas da Proton (a mesma que faz aquele email criptografado). Achei bem bacana, funciona muito parecido com a suite do Google, e dá pra usar de graça.
Splitwise — Se você é casado(a) ou sai bastante com amigos, é muito importante ter um app para divisão de contas. Sempre alguém gasta mais, ou passa as compras no próprio nome. Aqui em casa, por influência da minha esposa, usamos Splitwise há quatro anos e nossas contas são saudáveis e equilibradas. Tem pra iPhone e Android.
Salve, moçada. Sérgio Spagnuolo aqui, suando de ansiedade para tirar duas semanas de (modéstia à parte) merecidas férias nesse fim de ano.
Essa é a newsletter de número #8 e a última edição de 2024, e ela trará mais de 30 dicas de apps sugeridos pela nossa audiência! Sério mesmo, muito obrigado por fazerem parte dessa comunidade, que agora tem cerca de 1.300 pessoas.
Recebi quase 50 indicações de vocês, e selecionei várias (ficaram de fora aqueles não colocaram descrição, que pediram para não incluir, que não tinham links e cujos links não estavam funcionando).
Testei vários, abri todos os sites para ler mais a respeito dos apps e tentei comentar no máximo de apps que eu pude, de forma bem sincera.
Bom fim de ano para todos, todas e todes, e valeu mesmo pela companhia. Tenho adorado fazer essa newsletter, foi um dos meus pontos altos desse ano, e tenho vários planos para ela em 2025. Nos vemos dia 8 de janeiro.
Veja abaixo a lista, ordenada alfabeticamente pelo nome dos apps.
1. Bluesky
Recomendado por: Julio, Laryssa Vieira e leitora anônima
Tem coisa melhor que um app bem parecido ao Twitter de dez anos atrás, uma era super pré-Almíscar?
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Eu tenho usado bastante o Bluesky, embora não com a mesma intensidade com a qual um dia já usei o Twitter. Mas tenho sentido que é uma rede social mais adequada para esse momento, vejo menos baits por lá.
2. ChatGPT
Recomendado por: Roberta Campos da Cruz Gomes
Acredito que o ChatGPT foi o grande APP de 2024, não só pra mim, mas no geral, impactando nas atividades básicas de todas as áreas de atuação profissional e acelerando processos e debates intensos sobre IA e como ela é fundamental para a criatividade e humanização, mesmo que pareça paradoxal.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Um app sólido de IA. É realmente bom, e tem melhorado, mas a OpenAI por muito tempo se concentrou em fazer um excelente modelo de linguagem e deixou de lado a usabilidade do usuário. Eles têm corrigido isso aos poucos, mas o Claude passou na frente.
3. Cingulo
Recomendado por: Sérgio Vinícius
Não queria indicar os mais óbvios de produtividade e tals. Esse aí ajuda bem no que se propõe. Repleto de recursos ligados à saúde mental. Bem feitinho, intuitivo (um pouco pesado).
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Não testei diretamente esse app e não acredito que apps orientados para saúde mental possam, nem de longe, substituir um acompanhamento profissional. Dito isso, é muito bacana existam apps desse tipo, para ajudar pessoas. Saúde mental é uma grade questão desses tempos em que vivemos, e todo tipo de coisa que possa ajudar é bem-vindo.
4. Claude AI
Recomendado por: Mariana Craveiro
Eu adoro o recurso de criar projetos no Claude para que ele trabalhe apenas em cima do imput de documentos com os quais alimentei o projeto.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Como eu falei na newsletter #7, o Claude é meu app default de inteligência artificial generativa. Além de ser construído em cima de um bom modelo de linguagem, ele também tem uma interface bem amigável.
5. Co-star
Recomendado por: Sabrina
O app me tira da rotina, dos momentos de estresse. Os pushes sempre me fazem refletir – e olha que nem tenho a versão paga. Se acredito em astrologia? Não-ish. Mas o app me estimula a pensar (em outras coisas). É aquele snack que preciso pra seguir. Às vezes, com um empurrão dos astros.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Vou pedir pra minha esposa, que adora astrologia, testar esse aqui. Eu adoro apps despretenciosos, que mais querem ser um momento de descontração do que uma grande ferramenta de produtividade (também adoro essas).
6. Copilot
Recomendado por: Liana Vidigal
Mesmo com várias melhorias que ainda precisam ser feitas, o Copilot me surpreendeu positivamente. As respostas são rápidas e oferecem a fonte para consultar e confirmar a informação. O ponto negativo ainda é a geração de imagens que não considera o georreferenciamento.
O Dato reúne calendário, relógio mundial, eventos e lembretes direto na barra de menus. Tem interface super prática, permite acessar compromissos, personalizar fusos horários e entrar em reuniões com um clique. Simples, funcional e sem assinatura! Meu app mais usado do ano.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Caramba, Yasmin. Eu gostei tanto desse app que até paguei os R$80 que ele custa (one-time payment). É realmente muito bom. Eu gosto do app de agenda da Apple, é o meu default, mas pra mim é incompreensível porque eles não criaram um widget que fica no menu igual a esse, pra facilitar a visualização. Só não me peça pra usar aquele recurso de notificação que ocupa toda a tela, prefiro beber veneno.
8. Desrotulando
Recomendado por: Géssika Costa
Estou no processo de reeducação alimentar. Ao ir ao supermercado, achava que alguns produtos — tarjados como light — eram, de fato, saudáveis. O Desrotulando me fez ver que 70% desses produtos não são nadas bons. Com ele, consigo comer melhor e mais saudável. E, claro, sem cair em mentiras.
É um app, para windows e mac, para permitir o Rich Presence do aplicativo no Discord, mesmo para apps que não tem integração nativa, Deezer, Tidal, etc. Além disso, o criador pretende possibilitar a integração de terceiro com o app, ex: mostrar as infos da musica tocando atualmente no obs studio.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Eu não teste esse app. Abri o link, parece bem legal. Meu comentário aqui é vem no contexto de que eu adorei que meteram um link de um projeto de código aberto.
10. Flightradar24
Recomendado por: Milena Giacomini
Eu sou viciada em aviação então utilizo muito o Flightradar24 que mostra todos os voos em tempo real. É muito massa ver a quantidade de voos que estão circulando no mundo todo ao mesmo tempo. Quando meus amigos viajam, sempre peço o nº do voo para acompanhar e fico enviando comentários sobre.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: A Flávia é minha mãe e ela ama viajar. Eu basicamente só uso o app da Latam sob orientação dela. Tenho que admitir que esse app já foi pior, ultimamente tem funcionado bem, mas estaria mentindo se eu dissesse que eu me divirto usando.
13. Lista de tarefas
Recomendado por: Valéria Ciríaco
App gratuito de planner digital. Foi essencial para organizar e lidar com o ano mais atarefado da minha vida. Recomendo a todos!
Desde listas de mercado a filmes que assisti, esse aplicativo é perfeito. Leve, rápido, gratuito e lindíssimo. Me salvou inúmeras vezes e me ajudou muito a lembrar de coisas durante o ano. Recomendo demais.
LLM treinado 100% em pt-br, com resultados semelhantes ao GPT-4o e como o foco deles é desenvolvimento, ela fica disponível sem limites para testar via chat.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Eu usei o chat do Maritaca algumas vezes logo depois que lançaram, mas ultimamente tenho brincado mais com a API. É um bom recurso de IA em português, mas não sei se chega a ser tão melhor que o ChatGPT ou o Claude – talvez para tarefas específicas de classificação.
16. Meco Newsletter
Recomendado por: Simão
Prefiro ter um e-mail separado para leitura de newsletter, encontrei no Meco o que eu procurava.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Testei esse app e tenho que dizer que é um dos melhores que eu já teste do tipo. O onboarding dele, pra já pegar todas as newsletters do seu Gmail, é uma mão na roda (eu optei por fazer manualmente porque sou freak de segurança e privacidade). Eu já usei outros apps parecidos, como Kill The Newsletter, Stoop e Newsletterss, mas esse é o melhor.
17. MIMO
Recomendado por: Reuel Almeida
Depois de alguns testes com apps voltados para o ensino de programação, Mimo foi o que de longe se mostrou mais eficiente para mim. Tem uma interface bonita e de fácil entendimento. Comecei a aprender HTML e CSS do zero e ele e tem me ajudado muito.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Não tive tempo de testar essa ferramenta, mas só de ver o site me deu vontade: parece um grande canivete suíço de IA. Quem sabe seja assunto para uma Appetrecho em 2025, quando eu conseguir testar a fundo.
19. Niagara Launcher
Recomendado por: Giovani Cunha
Olá, pessoal! Eu poderia citar o Pocket Casts, mas ele já está batido demais, então vou de Niagara Launcher. Conheci esse aplicativo há alguns meses e ele já chegou virando um dos meu queridinhos. Recomendo a todos os usuários de Android que queiram ter uma experiência de uso totalmente nova.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Eu desconhecia esse app até o Giovani sugerir. Eu uso iPhone como meu celular principal, mas eu tenho um Android que é o telefone da firma. Realmente deu uma cara nova pra ele, e tenho gostado mais de usar depois que coloquei o launcher. A única questão que pegou pra mim é o tanto de permissões que eu tive que dar para o app no meu telefone.
20. Notion
Recomendado por: Juliana
O Notion transformou minha vida, tornando-se meu 'segundo cérebro' para organizar tudo em um só lugar. Uso para planejar, acompanhar metas e projetos, personalizar páginas e guardar informações importantes. Com o Notion, tenho controle, clareza e mais produtividade na rotina.
Recomendado por: Adriano, leitor anônimo[1] e leitor anônimo[2]
Um editor de texto poderoso. - Adriano
O Obsidian é um poderoso aplicativo para anotações e gestão de conhecimento que funciona com arquivos Markdown locais. - leitor anônimo[1]
Obsidian se tornou um 'everything app' pra mim, sua natureza open source permite a criação de plugins que atendem às demandas mais variadas possíveis, nele eu faço kanbam dos meus projetos, planilhas das minhas finanças, anotações das minhas aulas, flashcards pras minhas provas, e mais que não cabem. - leitor anônimo[2]
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Eu nunca usei o Obsidian. Eu sou usuário fiel do iA Writer, mas tenho cada vez mais ouvido excelentes coisas sobre essa ferramenta. Quem sabe eu dê uma chance em 2025.
22. Perplexity
Recomendado por: Rondinelly Gomes Medeiros
O único app de IA informativa que consegui utilizar sem irritação. =D E cheguei a ele por indicação do Appetrecho.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Já mencionei o perplexity em algumas newsletters. É de fato uma ferramenta boa, rápida e, em geral, precisa. Mas use como mecanismo de busca, para achar links, não como mecanismos de respostas (sabemos que IA pode alucinar).
23. Pocket Casts
Recomendado por: Luisa Meurer Tavares
Sempre fico surpresa que quase ninguém parece conhecer esse app. É muito melhor que o spotify para ouvir, achar e organizar podcasts. E gratuito. (Tem funções legais na versão paga - folders e bookmarks -, mas nada que seja realmente necessário.)
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Eu utilizei Pocket Casts por muito anos (pelo menos desde 2017), mas abandonei depois que meu celular foi roubado, em 2023. Como eu tinha comprado o app há muitos anos apenas para celular, eu não consegui sincronizar meus podcasts no meu celular novo e fiquei com raiva. Agora eu uso o Apple Podcasts mesmo, que eu não gosto muito. Sinto falta do Pocket Casts, talvez eu dê mais uma chance depois da dica da Luisa.
24. Raycast
Recomendado por: Sérgio Spagnuolo
Esse app cria uma barra de controle no seu Mac (em breve Windows também) na qual é possível acessar rapidamente qualquer coisa que você quiser. Também tem recursos de IA, calculadora, conversor de medidas, gerador de atalho, bloco de notas e muito mais coisa. É impressionantemente bom.
Não é um app de produtividade, mas é um recurso que me trouxe coisas boas — apesar de problemas de conteúdo, ainda não disseminados em português. Reduziu meu tempo em outras redes sociais para que eu tivesse mais tempo de leitura qualificada — boas news, boa gente por lá, o Notes tem um bom feed.
26. Toggl Track
Recomendado por: Guilherme Ximenes
Esse aplicativo me ajudou a entender quanto tempo eu estava, de fato, trabalhando diariamente. A versão gratuita tem tudo o que eu preciso com destaque para um dashboard bem legal para conferir quantas horas eu gastei em cada projeto, semana, mês ou ano. É o meu app favorito de 2024.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Eu não cheguei a usar o Track, mas os produtos da Toggl são muito legais. Eu vou dar uma testada nesse pra ver se incluo em alguma newsletter. No momento eu não uso um app específico para registrar minhas horas (faço na mão), mas tenho usado um que chama Flow pra fazer controle de fluxo de trabalho.
27. Zen Browser
Recomendado por: Pedro Souza
Depois de migrar pro Linux e passar meses refém das abas verticais do Edge, encontrei essa fork do Firefox focada em privacidade e com uma interface minimalista muito bem executada. A indicação, vale ressaltar, foi do Rodrigo Ghedin.
COMENTÁRIO DO SÉRGIO: Eu vi esse app em um post no Threads e instalei para brincar com tal navegador (adoro navegadores). Pra mim ainda está numa versão muito incompleta (alfa) para ter uma opinião final sobre ele, mas parece promissor – só precisa estar bem mais polido.
Salve, moçada, Sérgio Spagnuolo por aqui. Hoje chegando consideravelmente mais tarde na sua caixa de emails, já que eu passei boa parte do dia na edição do Núcleo (tipo essa reportagem aqui), enquanto meu sócio e editor Alexandre Orrico desfruta dos prazeres do Norte.
Uma nota para o ano que vem: no fim do 1º trimestre de 2025, vamos lançar uma assinatura paga só para a Appetrecho, trazendo vários benefícios legais. A versão gratuita continuará existindo. Enquanto isso, caso você queira apoiar meu trabalho, você pode assinar o Núcleo Jornalismo – e sim, essa assinatura dará acesso à versão premium da Appetrecho.
Nessa newsletter #7, vou entrar num tema que evitei tratar nas últimas seis edições: inteligência artificial generativa. Tá difícil de fugir disso, especialmente porque tenho testado várias ferramentas e usado uma com particular frequência – além de ser um assunto muito quente e as pessoas pedem.
Na edição da semana que vem, a última do ano, vamos falar dos apps indicados por vocês, leitores e leitoras. Já recebemos várias dicas, dê a sua também!
Não dá pra fugir de IA
Ao mesmo tempo em que tenho muitas críticas ao uso de indiscriminado de ferramentas de IA generativa atualmente, assim como com a forma como muitas empresas dessa área se posicionam (seja em segurança, direitos autorais ou comercialmente), também vejo muito potencial nesse tipo de recurso – não apenas no jornalismo, mas em muitas áreas.
É simplesmente útil.
Por exemplo: chatbots de IA são excelentes para de resumir textos. Não é à toa que todas fazem isso. Eu vejo muitos vídeos aí de gente reclamando sobre o excesso de exaltação desse recurso, acrescentando que IA é muito mais do que sumarização e tal. Tudo bem, concordo. Mas é inegável que estamos sempre atolados até o pescoço de conteúdo, todos os dias, e sumarização é uma forma excelente de tirar proveito dessas ferramentas.
Um exemplo: eu estava analisando um edital em PDF de mais de 25 páginas para inscrever o Núcleo como participante, e usei uma ferramenta de IA para que ela me resumisse os principais termos de eligibilidade, indicando a página na qual eu poderia encontrá-los. Levou menos de 30 segundos para eu saber que o Núcleo não poderia participar do edital. Eu poderia ter lido tudo, mas isso me economizou um tempão.
Outro uso legal é pra criação códigos. Eu não sou programador, sou jornalista que programa, logo meu conhecimento é muito restrito, mesmo depois de 10 anos nessa área. IA tem me ajudado a perder muito menos tempo fuçando em fóruns online, especialmente no desenvolvimento de protótipos de apps que eu tenho trabalhado.
Dá ainda pra falar que chatbots de IA são muito bons para corrigir erros de gramática e digitação. Eu digito mais rápido do que eu penso, e muitas vezes eu como erros de digitação. Desde o início dessa newsletter, por exemplo, tenho utilizado esse atalho que liga meu editor iA Writer ao ChatGPT para revisar ortografia.
Nós do Núcleo fomos o primeiro veículo de jornalismo do Brasil a lançar uma política pública que rege o uso de IA na nossa organização.
1. Claudião
Eu tenho testado ferramentas de IA generativa pelo menos desde que a OpenAI lançou seu playground com o GPT-2, em meados de 2022. Já era decente naquela época, e certamente ficou muito melhor agora – o modelo top de linha mais atual, o o1, é realmente impressionante, e o nome do ChatGPT realmente pegou como default para esse tipo de aplicativo.
Mas, embora o ChatGPT seja uma boa ferramenta e um excelente modelo de linguagem, seu app simplesmente não é tão bom. Ou, pelo menos, não é o melhor.
Pra mim, o melhor app chatbot de IA que há por aí é o Claude, da Anthropic.
Seu modelo mais avançado, o Sonnet 3.5, é praticamente tão bom quanto o top da OpenAI (e mais rápido), mas a aplicação no qual ele está envelopado é consideravelmente melhor: além de ter tudo o que o ChatGPT tem, esse app ainda permite um monte de coisas mais.
Estou usando o Claude desde que a versão paga foi lançada oficialmente no Brasil, em agosto de 2024. Comecei a pagar em outubro, e meu uso tem sido diário.
2. Diferenciais do Claude
Uma das coisas mais legais que o Claude oferece são seus ‘artefatos’ – basicamente caixas de conteúdo com as quais usuários podem comparar, interagir e publicar, e que são atualizadas conforme você desenvolve sua interação com o chatbot.
No caso do print abaixo, eu subi uma base de dados que eu levantei (matéria aqui), pedi para ele analisar e gerar um gráfico, ele fez tudo isso e colocou ainda o resultado interativo, com código e tudo na caixa ali do lado. O ChatGPT também tem alvo parecido, chamado Canvas, mas sinceramente o do Claude é bem melhor.
O app do Claude também permite que usuários incluam conteúdos em projetos (tipo diretórios), o que facilita muito a busca e a organização. Esses projetos permitem a criação de “conhecimentos” , ou contextos, dentro deles, para que a ferramenta saiba como se comportar.
Por exemplo, no meu folder “Editorial”, eu estabeleci que o a IA pode apenas fazer melhorias de ortografia e gramática, e não mudar a estrutura de textos, a fim de manter a integridade do nosso jornalismo.
3. Quer imagem? Vai pra próxima
O Claude não gera imagens fotorrealistas nem vídeos, tampouco faz buscas na internet, o que pra mim faz pouca diferença, considerando que eu uso mais para automatizar tarefas, corrigir digitação e conseguir explorar assuntos de meu interesse, e não pra ficar brincando de artista. Além disso, como mencionei aqui antes, para buscas com IA eu uso Perplexity.
Em suma: se você quer uma aplicação mais refinada, que entrega melhor seus resultados, especialmente para texto ou para programação, Claude é um bom caminho.
Mas se você quiser algo bem mais versátil, que faz buscas online e cospe resultados, talvez o ChatGPT seja melhor (ou o Perplexity).
Ferramentaria
NotebookLM – Embora eu use o Claude como minha ferramenta default de IA, não quer dizer que eu use apenas ela. Para entrevistar documentos, como projetos de lei, pesquisas e, sim, editais, eu uso essa ferramenta do Google. A empresa jura que não usa nossos dados, mas se Google for realmente Google, eu não boto minha mão no fogo – só uso para documentos publicamente disponíveis. Use com parcimônia.
Granola - Esse é um app bem legal que mistura notas e transcrição de reuniões diretamente pelo áudio do seu Macbook (só tem pra Mac por enquanto, desculpa), não precisar ter um bot dentro da chamada. O app usa ChatGPT por trás por enquanto, então também use com parcimônia. Tem uma outra pegadinha também: por enquanto ele não reconhece português! Zuado demais fazer isso, ainda mais que o ChatGPT entende português perfeitamente.
Salve, moçada, Sérgio Spagnuolo aqui, passando calor e tomando chuva, e pensando que o ideal seria ou um ou outro (ou faz calor ou faz chuva, os dois ferra o rolê).
Queria agradecer muito pelo feedback da última newsletter, recebi várias mensagens legais e bons toques de melhoria. Não consegui responder direito todos os emails porque os replies do Buttondown (ferramenta de newsletters) vieram bugados, sem o email de quem estava respondendo, acho que já consertaram isso.
Um dos melhores feedbacks foi do Paulo, que me sugeriu “na medida do possível, que houvesse indicações de apps gratuitos, na mesma quantidade dos pagos”, assim como apps de Android na mesma medida do iOS.
Acontece que quase todos os apps que eu sugeri (com algumas exceções) têm versões gratuitas, eu que fracassei miseravelmente em explicar. O Standard Notes, do qual falei na última edição, é um deles. Você pode usar ele de graça, agora (a versão paga tem algumas melhorias, como autenticador de outros serviços, folders e outras coisas.) De toda forma, peguei a letra e irei compensar isso.
Sobre a segunda demanda (Android vs iOS), vou tentar dosar, na medida do possível. Eu tenho um Motorola aqui e vou usar mais pra testar apps Android.
Enquete CONTE PRA GENTE, QUAL SEU APP DE 2024?
A equipe do Núcleo Jornalismo vai selecionar as melhores respostas para aparecer na última newsletter do ano, dia 18.dez.2024. O tempo estimado de resposta são 30 segundos.
Falar de mecanismos de buscas parece uma coisa meio arcana, uma caixa-preta que ninguém sabe como funciona exceto quem é muito nerd. Mas, em essência, não tem nenhum grande segredo: quanto mais você busca, mais eles ganham dinheiro.
E o Google tem a chave desse cofre. Eu não to falando de MUITO dinheiro, eu to falando de um montante maior do que o PIB do Chile, uma das maiores empresas do mundo e um verdadeiro monopólio — não sou eu quem está falando isso, é a Justiça dos EUA.
De toda forma, esse mercado é tão grande, mas tão grande, que mesmo que o Google detenha inacreditáveis 90% de mercado, ainda sobre um quinhão grande para dezenas de outros mecanismos de busca.
Não são cinco ou seis concorrentes, mas sim dezenas. Tem até um buscador chamado Gopher, pelo amor das minhas cachorras (não recomendo). Aposto que você não utiliza o Bing, da Microsoft, mas esse mecanismo de busca faturou mais de US$12 bilhões em 2023.
Enfim, é um mercado gigantesco e por isso muitas empresas querem um pedaço, e aqui vou mostrar algumas das melhores alternativas ao Google.
Buscando Google melhorado
Para começar a jornada por outro buscador, a primeira pergunta a se fazer é: Por que sair do Google?
É uma boa pergunta. Vamos ser sinceros: Google tem excelentes produtos, eu uso vários (Planilhas, Gmail, NotebookLM etc.). Não tem como fugir de todos, embora eu esteja cada vez mais tentando sair desse ecossistema (com tímido sucesso).
Mas o Google, segundo o governo e o judiciário dos EUA, se utiliza de práticas monopolistas para manter sua dominância no segmento de buscas e anúncios online, e ganha bilhões de dólares vendendo seus dados para que anunciantes possam enfiar anúncios invasivos e pesados em seus telefones, tablets e computadores. Esse é um.
Outro argumento é que o Google está simplesmente pior.
Não necessariamente ruim, mas pior do que era. Foi constatado que seus primeiros resultados pioraram muito, especialmente por causa de marketing de afiliados (ou seja, quem paga pro Google rankear) ou de spam impulsionado por SEO.
SEO é uma série de técnicas e parâmetros técnicos adicionados a um site para otimizar resultados em buscadores. A ideia era atrair tráfego qualificado, mas na verdade o SEO só ajudou a prejudicar o jornalismo e a aumentar a descoberta de sites aleatórios criados só pra encher linguiça com conteúdo lixo, repetitivo e não raro feito por IA, além de uma porrada de anúncios.
Faça um teste: busque no Google por “como declarar imposto de renda pela primeira vez”, e há grandes chances (nem toda busca é igual pra todo mundo) de vir um link de um site que você nunca ouviu falar, em vez do site da Receita Federal.
Um estudo de quatro acadêmicos publicado em maio de 2024 na Open Search Foundation mostra uma prevalência significativa de conteúdo de baixa qualidade e spam impulsionado por táticas de SEO no Google. A queda de qualidade também foi apurada em Bing e DuckDuckGo.
Ou seja, o SEO está corroendo a qualidade da internet.
Assuma o controle das suas buscas
É por esse motivo que eu estou, cada vez mais, avaliando outros caminhos.
Se eu disser que não uso mais o Google para buscas, estarei mentindo. Ele é o buscador default no meu Safari – browser secundário que utilizo principalmente para leitura. O Google simplesmente funciona melhor com notícias, não tem o que fazer.
No entanto, no meu dia a dia, a partir do meu navegador Arc (quem leu a edição #1 sabe), utilizo uma combinação de DuckDuckGo com Perplexity.
Faz algumas semanas que tirei o Google e transformei o DuckDuckGo como meu buscador default (ou seja, quando vou na barra de busca, ele vai direto pro duck.com). Confesso que ainda estou me acostumando e que muitas vezes ainda recorro ao Google (o Arc permite alternar entre buscadores com extrema facilidade.)
Sim, como mencionei acima, o Pato também teve queda de qualidade, mas por ser bastante orientado a privacidade (uma preocupação grande minha) optei por seguir com ele.
Perguntei a opinião de Lucas Lago, nosso consultor de tecnologia aqui no Núcleo que usa o DuckDuckGo há anos como default.
Ele disse: “Eu uso mais por conta da iniciativa de haver um buscador que, por princípio, não se baseia em fazer tracking individual. E o apoio dado a iniciativas da EFF, do Tor, etc. são o que me convencem que a empresa não faz isso só pelo marketing (cof cof Brave). Atualmente tenho ficado chateado por eles terem colocado IA no navegador. Mas é opt-in, então há esperança.”
Assim, quando eu preciso fazer buscas, eu recorro ao DuckDuckGo.
Busca com DuckDuckGo no Arc Browser
Quando eu preciso encontrar respostas, eu vou para o Perplexity, um buscador com inteligência artificial. É simplesmente bom (desculpa, Lucas).
Quando, em vez de explorar, eu quero ter a resposta logo ali na minha tela, pulando todo resultado lixo orientado por SEO (eu odeio SEO) que entope os buscadores, essa é a melhor opção.
Eu uso bastante, por exemplo, para saber trivialidades sobre séries que acompanho. Outro dia perguntei a idade da atriz Rebecca Ferguson, de Duna e Silo. E voilá, em segundos tava tudo ali.
Resultado de busca do Perplexity
“Sérgio, mas você acredita em resultado gerado por IA?”
Não, eu não acredito cegamente em respostas geradas por IA. Mas eu tampouco acredito no lixo impulsionado por SEO que o Google coloca lá no topo dos meus resultados, quase toda vez.
Eu acreditei na idade da Rebecca, mas se eu precisasse saber detalhes da tentativa de golpe na Coreia do Sul, eu iria ler a Associated Press ou algum outro veículo que confio (coisa tá feia lá).
“Então você é a favor de IA utilizar conteúdo de veículos de notícia?”
Eu acredito que empresas de IA, especialmente buscadores como Perplexity, deveriam pagar empresas de jornalismo por utilizarem seu conteúdo (assim como o Google deveria). No entanto, essa crença não evita que eu utilize ferramentas de IA (ainda), principalmente porque elas são muito úteis pra mim. Esse é um assunto bem recente para o qual ainda não há uma resposta definitiva.
Buscando alternativas
Há muitas dezenas de ferramentas de busca online por aí, mas as opções reais são poucas – especialmente para português.
No exterior, tem muita gente falando agora do Ecosia, um buscador de “consciência ambiental” cuja empresa tem sede na Alemanha. Eu testei para resultados brasileiros (busquei por essa newsletter e pelo site do Núcleo), e sinceramente rolou legal. Eles fizeram recentemente uma parceria com o Qwant para criar um índice de busca europeu (eu usei o Qwant por um tempo em 2019, era massa, mas agora não pode mais ser acessado no Brasil – imagino que para cumprir com regulação de privacidade ou algo assim.)
Há também o buscador norte-americano Brave (da mesma organização do navegador), que tem crescido em popularidade e inclusive sido utilizado como base para buscadores de IA. Ele foi primeiramente construído em cima do motor de indexação do Bing, mas agora é independente.
Tem ainda o holandês Startpage, que promete retornar resultados do Google, mas sem armazenar informações pessoais. Sinceramente esse eu testei bem pouco.
Eu entendo se você continuar usando o Google, é coisa demais pra cabeça.
Ferramentaria
Cyd – Antes de Elon Musk destruir o Twitter, havia uma excelente ferramenta chamada Semipheral que permitia você ter mais controle sobre seus posts, apagando publicações indesejadas e mensagens antigas. Era excelente. Com o fechamento da API do X apenas para quem pagar uma fortuna, o Semipheral foi descontinuado. Agora ele (tipo ontem, 3.dez) retornou como Cyd, com app nativo para Mac, Windows e Linux. Negócio tá uma fineza. Ainda estou testando, mas já quis compartilhar.
Roots – Gostaria de sugerir isso pro meu sócio Orrico, usuário assíduo de Instagram. Comecei a testar o Roots na semana passada e consegui reduzir meu uso de celular de quase 4h por dia para 1h30. Inacreditável mesmo. O segredo: bloquear redes sociais. O Roots é um app que simplesmente bloqueia grupos de aplicativos (organizados por categorias). Ele coloca uma camada dura de fricção para impedir você de acessar certos apps durante períodos que definir. Disponível apenas para iPhone (desculpa usuários de Android, prometo que testarei alternativas pra vocês.)