A vasta beleza de salvar links

Na newsletter de hoje, edição #11, vamos falar de um dos apps mais longevos e interessantes para armazenar links, no estilo “ler depois”, um recurso muito útil mas frequentemente deixado de lado pelas pessoas.

A vasta beleza de salvar links

Uma das capacidades mais antigas de navegadores de internet, lá no começo dos anos 90, era a capacidade de “favoritar” sites, a fim de facilitar seu retorno a eles. É tão útil que é um dos grandes recursos ainda destacados em navegadores mais modernos. É fácil de usar, de entender e de acessar: a ideia sempre foi boa, e a execução sempre foi simples. 

Mas favoritos sempre foram um bom recurso para sites utilitários, não de conteúdo. Eles servem para você ter acesso rápido ao site do seu banco, a ferramentas de produtividade, como email e mensagens, e até à homepage de um jornal. É um saco ficar salvando centenas ou milhares de artigos e notícias como favoritos – não serve pra isso.

Veio daí, então, a ideia de se criar aplicativos como Instapaper, de 2008, que permite a criação de um arquivo de links salvos para que possamos voltar para ler depois. Instapaper, diga-se, é um app legal. Assim como era o menos polido Omnivore, que eu passei um tempo usando, mas que fechou as portas no fim do ano passado.

Depois do Instapaper começaram a surgir vários apps de bookmark de artigos, desde os bons Readwise e Raindrop até Matter e PaperSpan, os quais eu nunca usei, mais por conta do excesso de oferta do que por preguiça. 

Todos possuem generosas versões gratuitas, e todos têm planos de assinatura que oferecem benefícios como histórico ilimitado, busca avançada, melhorias cosméticas e, mais recentemente, inteligência artificial (claro).

Mas, por algum motivo, eu sempre retorno para o mesmo app: o Pocket.

Eu comecei a usar o Pocket em agosto de 2015 (coloquei até o print abaixo para provar) – a ponto que, em 2016, eu recebi uma notificação de que eu estava no grupo dos 5% dos usuários no mundo que mais salvou links nesse app – esse print infelizmente eu não tenho, então vocês precisam confiar na minha memória.

Todos os apps que eu mencionei funcionam de forma similar — eles possuem recursos de tags, de busca, de folders/coleções, de comentários e, claro, de leitura offline (que funciona pra maioria dos links, exceto se um paywall for muito bom).

Menos é mais

Talvez a principal diferença do Pocket pra mim em relação aos outros apps é que ele é completo, mas, ao mesmo tempo, é um app descomplicado. Ele entrega muito bem a única coisa que eu preciso desse tipo de app: armazenar e facilitar a busca de um link para ler depois. A interface é muito simples de usar, e lembra mais um site de notícias do que um app de favoritos.

Outros apps tentam ver seus serviços com um monte de produtos de IA, busca avançada, recursos de redes sociais (tipo seguir autores e tal), integrações com outros apps, compartilhamento e muitas coisas mais. Quem me lê aqui sabe que eu adoro todos esses itens que eu citei, mas na real, pra esse tipo de app especificamente, eu prefiro a simplicidade de salvar e ler depois, seja online ou off.

Nem mesmo a versão paga do Pocket oferece muita coisa (e talvez por isso seja a mais barata de todas). Eu não tenho pudor nenhum de pagar por apps que eu gosto, mas em meus quase 10 anos usando Pocket, eu nunca senti a necessidade de pagar por ele, sempre usei o gratuito.

Uma coisa okzinha, mas que eu não uso muito, do Pocket é a aba de “Descobertas” dele, com sugestão de artigos (não entendi ainda se é via algoritmo ou se tem alguma pessoa fazendo curadoria). Sinceramente, muito conteúdo americano por lá. Já mordi algumas iscas, mas raramente me engajo.

O Pocket foi adquirido pela Mozilla Foundation em 2017, uma organização que acompanho e admiro, o que ganha uns pontos no meu caderninho. O produto mudou pouco desde então, mas eu acho que isso é uma coisa boa nesse caso.

O Pocket está disponível para iOS e Android.

Ferramentaria

  • Radiocast – Uma lista de streamings de mais de 7.000 emissoras de rádio de todo o mundo, com uma interface bem legal. Vi essa dica na ótima newsletter do Rodrigo Ghedin (Manual do Usuário) e adorei.
  • Escriba — Ferramenta muito legal desenvolvida pelos nossos amigos do Aos Fatos, o Escriba é um app que faz transcrição de áudios e vídeos em quase 100 idiomas, com um preço muito legal e boa precisão. A interface é ótima e simples. Já usei algumas vezes pra transcrever vídeos do YouTube e podcasts e recomendo.


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